Crise da Hapvida: 5 Fatores que Impactam a Operadora de Saúde

A Hapvida está enfrentando uma crise sem precedentes no setor de saúde. Neste artigo, vamos explorar os cinco fatores que estão impactando a operadora e suas consequências para o mercado.

Hapvida: 5 Fatores que Impactam a Operadora de Saúde

A Hapvida, uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil, está atravessando um período bastante delicado. Desde sua estreia na Bolsa de Valores, a empresa viu seu valor de mercado despencar de cerca de R$ 110 bilhões, após a fusão com a NotreDame Intermédica em 2021, para aproximadamente R$ 8 bilhões atualmente. Essa queda expressiva é resultado de uma combinação de fatores, incluindo custos crescentes, resultados operacionais abaixo do esperado e uma diminuição na confiança do mercado.

A situação se intensificou no dia 13 de novembro, quando as ações da Hapvida caíram mais de 42%, logo após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025. Para se ter uma ideia, o valor do papel, que chegou a custar R$ 260 em 2018, hoje gira em torno de R$ 17,00. Segundo um relatório do BTG Pactual, o mercado reagiu negativamente porque o período reuniu elementos que pressionaram diretamente o desempenho operacional da companhia. Para entender mais sobre a queda, confira este artigo: Hapvida: o que faz a companhia que teve queda histórica de 42% nas ações? Entenda.

1. Índice de sinistralidade médica acima do esperado

Um dos grandes desafios da Hapvida é o seu índice de sinistralidade médica, que está bem acima do que se esperava. Isso significa que a operadora está gastando muito mais com os serviços de saúde do que o planejado. Mesmo com um lucro líquido de R$ 337,7 milhões, o desempenho operacional da empresa teve uma queda de 17,6%. O EBITDA, que é um termômetro da saúde financeira, ficou em R$ 746,4 milhões, um valor abaixo das projeções dos analistas. Esse aumento nos custos se deve, em parte, à maior frequência de uso dos planos e a despesas adicionais com novas unidades hospitalares.

2. Geração fraca de fluxo de caixa

A Hapvida também enfrenta uma geração de fluxo de caixa fraca. O fluxo de caixa operacional, depois de considerar os investimentos, ficou negativo em R$ 52 milhões. Isso aconteceu por causa de gastos maiores com o programa ReSUS, o pagamento de contas médicas que estavam acumuladas e um aumento no capex (investimentos em bens de capital), que chegou a R$ 225 milhões. Como resultado, a dívida líquida da empresa cresceu, alcançando R$ 4,2 bilhões.

3. Crescimento orgânico modesto

O crescimento orgânico da operadora tem sido modesto. Isso quer dizer que a Hapvida não conseguiu expandir sua base de clientes de forma significativa, e ainda por cima, viu suas despesas aumentarem em quase todas as áreas. Essa falta de expansão natural contribui para a pressão sobre os resultados.

4. Aumento das despesas administrativas

As despesas administrativas também pesaram no balanço. As despesas comerciais subiram 10%, e as despesas gerais e administrativas tiveram um salto de 65% neste trimestre. Esse aumento foi puxado, principalmente, por provisões relacionadas a possíveis problemas futuros. Essa situação acabou diminuindo a eficiência operacional da empresa, fazendo com que suas margens voltassem ao patamar de três anos atrás.

5. Provisões de contingências em alta

Outro ponto de atenção é o aumento das provisões para contingências. Esses são valores que a empresa reserva para cobrir eventuais problemas futuros, e eles cresceram bastante, impactando negativamente o resultado. Mesmo com algumas reversões que não devem se repetir, o saldo final foi desfavorável. Isso indica um cenário de instabilidade, levando a Hapvida a guardar mais dinheiro para se proteger de perdas futuras.

Recompra de ações e cenário desafiador

Para tentar amenizar o impacto negativo nas suas ações, a Hapvida aprovou um programa de recompra de até 70 milhões de ações. No entanto, essa medida, por si só, não resolve os desafios operacionais que a empresa continua enfrentando. O cenário ainda é complexo e exige atenção constante. Para mais detalhes sobre a recompra, veja: Hapvida: após tombo, companhia anuncia recompra de ações; entenda o que isso significa.

Fonte: Times Brasil

Givanildo Albuquerque

Givanildo é um empreendedor com destaque nos setores de Seguros, Negócios Digitais e Mundo Fitness, com foco em Marketing Digital, SEO, Tráfego Pago e Geração de Leads. À frente da LeadMark, uma empresa com 15 anos de experiência, ele comanda uma operação robusta que atende mais de 30 mil corretores em todo o Brasil, com presença em 23 estados e a geração de 60 mil leads por mês.

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