HapVida está no centro das atenções nesta sexta-feira, com a ANS decidindo seu futuro contábil. O que isso significa para o mercado? Vamos explorar!
ANS e o Futuro Contábil da HapVida: Entenda o Cenário
O mercado financeiro está em alerta máximo, e o motivo é a decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre o futuro contábil da HapVida, uma das maiores operadoras de saúde do Brasil. A expectativa é grande, pois o julgamento, que acontece nesta sexta-feira, 5 de dezembro, pode trazer mudanças significativas para a empresa.
A Decisão Crucial da ANS para a HapVida
A ANS tem em mãos uma análise que pode forçar a HapVida a refazer seus balanços e, o que é mais impactante, estornar quase R$ 1 bilhão em ativos fiscais. Essa não é uma situação comum no setor, e por isso, todos os olhos estão voltados para o resultado.
Os pontos principais que a ANS está avaliando são três:
- O momento exato em que a dívida com o SUS foi contabilizada.
- O impacto direto que isso teve nos lucros e no valor de mercado da empresa.
- A transparência e a governança das informações que foram divulgadas ao público.
A Dívida com o SUS e o Programa Desenrola
Um dos pontos centrais dessa discussão é um acordo que a HapVida fez com o SUS, dentro do programa Desenrola. Esse acordo resultou no perdão de uma dívida de R$ 866 milhões. A questão é que a operadora contabilizou esse perdão no balanço de 2024 antes mesmo de o governo analisar e aprovar o acordo. Essa antecipação gerou um impacto direto nos resultados da empresa.
O Impacto nos Balanços e no Mercado Financeiro
Se a ANS decidir pela republicação dos balanços, será um evento raro e com sérias consequências. Isso não só “limparia” os lucros que foram apresentados no passado, mas também poderia deixar a HapVida em uma situação de desenquadramento regulatório. Em termos práticos, isso significaria que a empresa talvez precisasse pedir mais dinheiro aos seus acionistas para se readequar.
Se a decisão for desfavorável, o que hoje aparece como um lucro contábil extraordinário pode simplesmente desaparecer. Isso revelaria um resultado financeiro muito mais negativo do que os investidores viram até agora, e explicaria o pessimismo que o mercado já vem mostrando.
A Reação das Ações da HapVida (HAPV3)
As ações da HapVida (HAPV3) já estão sentindo o peso dessa incerteza. Em novembro, os papéis da empresa tiveram uma queda histórica, perdendo mais de 40% do valor em um único dia. Foi o pior desempenho desde que a empresa abriu seu capital (IPO).
Na última semana de novembro, a HapVida liderou as perdas no Ibovespa, com quase 20% de desvalorização em apenas cinco dias. E nesta semana, as ações chegaram a ser negociadas na casa dos R$ 14,00, acumulando uma desvalorização de mais de 60% nos últimos 12 meses. O valor de mercado da empresa encolheu para cerca de R$ 9,5 bilhões. Para os analistas, essa volatilidade toda já indica que o mercado está se preparando para o pior cenário possível.
O Posicionamento da HapVida
A HapVida, por sua vez, se manifestou sobre o assunto. A companhia afirmou que acompanha de perto todas as discussões técnicas na ANS. No entanto, ela reforça que qualquer ajuste solicitado pela agência reguladora se refere apenas às demonstrações enviadas à ANS (chamadas ANS-GAP), que têm uma finalidade regulatória específica e seguem uma metodologia diferente da usada para o mercado de capitais.
A empresa garante que essas possíveis alterações não afetam em nada as demonstrações financeiras consolidadas, que são elaboradas seguindo padrões internacionais e normatizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo a HapVida, não existe a possibilidade de “republicação de balanço” para as demonstrações IFRS divulgadas ao mercado, e que as revisões na ANS-GAP não alteram, reduzem ou modificam o resultado contábil já divulgado.
Transparência e os Próximos Passos
A transparência contábil é fundamental para a confiança dos investidores e para a saúde do mercado. A decisão da ANS sobre a HapVida é um marco importante que pode redefinir a forma como as operadoras de saúde lidam com suas finanças e com a divulgação de informações. Os próximos dias serão cruciais para entender os desdobramentos e os cenários futuros para a empresa e para o setor de saúde suplementar no Brasil.
Fonte: Metrópoles

