Como a telemedicina pode transformar o combate ao câncer de mama no Brasil

A telemedicina está revolucionando a forma como lidamos com a saúde, especialmente no combate ao câncer de mama. Você já parou para pensar como essa tecnologia pode mudar a vida de tantas mulheres?

Telemedicina: Uma Aliada Poderosa Contra o Câncer de Mama no Brasil

O câncer de mama continua sendo uma das maiores preocupações de saúde para as mulheres brasileiras, liderando o ranking de mortalidade por câncer no país. Mas e se a tecnologia pudesse mudar esse cenário? A telemedicina surge como uma ferramenta essencial, não só para o diagnóstico precoce, mas para garantir um cuidado contínuo e personalizado.

A Importância da Telemedicina na Saúde Feminina

A telemedicina, especialmente a atenção primária digital, está se mostrando um divisor de águas. Ela permite que as mulheres recebam orientação e acompanhamento médico sem precisar sair de casa, o que é crucial em um país com dimensões continentais como o Brasil. A Dra. Thaís Cunha Dias Ferreira, especialista em APS digital e Coordenadora Médica da Dr.Online, destaca que a verdadeira revolução está em manter um vínculo constante com a paciente, oferecendo lembretes, orientações e acolhimento. “A telemedicina permite exatamente manter o vínculo e transformar a prevenção em rotina”, explica.

Durante a pandemia, a telemedicina provou sua eficácia e capacidade de escala. Agora, ela se consolida como um modelo indispensável para operadoras de saúde e empresas que buscam eficiência, personalização e prevenção estruturada. Investir nessa abordagem significa não apenas reduzir internações e terapias de alto custo, mas também melhorar a experiência das pacientes e fortalecer a adesão ao tratamento. “É uma estratégia que se paga no tempo, não só financeiramente, mas em vidas preservadas”, afirma a Dra. Thaís.

Desafios do Câncer de Mama no Brasil

Os números são alarmantes: entre 2018 e 2023, o Brasil registrou mais de 319 mil novos casos de câncer de mama e 173 mil óbitos, segundo o Ministério da Saúde. Um dado preocupante é que quase 40% dos diagnósticos ocorrem em estágio avançado, o que indica falhas no sistema de prevenção. A recente ampliação da faixa etária para mamografia (50 a 74 anos, com indicação médica entre 40 e 49) é um passo importante, mas a doença não se restringe a essas idades. Mais de 108 mil brasileiras com menos de 50 anos e 53 mil com mais de 70 foram diagnosticadas no mesmo período. “Esses dados revelam que a doença não respeita limites rígidos de idade e que precisamos rever protocolos e ampliar o olhar preventivo”, alerta a Dra. Thaís.

A atenção primária digital, com consultas remotas mediadas por médicos de família, atua como um “radar” permanente para identificar sinais precoces. Esse modelo vai além da triagem, valorizando o acompanhamento longitudinal e o vínculo com a paciente. Ele democratiza o acesso à prevenção, levando informação e cuidado qualificado a mulheres em regiões com baixa cobertura médica, sem a necessidade da presença física de um especialista. “A telemedicina reduz distâncias e democratiza o cuidado. Ela leva informação, acolhimento e diagnóstico a quem antes estava fora do radar”, acrescenta a médica.

O Futuro da Prevenção e Tratamento com Tecnologia

O potencial da atenção primária digital se estende também ao tratamento e à reabilitação. Ao integrar diversas especialidades — como oncologia, nutrição e psicologia — em uma única plataforma, a telemedicina agiliza o tempo entre o diagnóstico e o início da terapia, assegura o acompanhamento pós-tratamento e oferece suporte emocional contínuo. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que o Brasil terá uma média de 73 mil novos casos de câncer de mama em 2025, o que reforça a necessidade de ações permanentes.

“Campanhas como o Outubro Rosa cumprem um papel essencial de mobilização, mas o que realmente pode mudar a curva da doença é uma arquitetura de cuidado que antecipe, acompanhe e sustente o vínculo com cada paciente”, reflete Dra. Thaís. A integração entre telemedicina e atenção primária representa uma nova fronteira no combate ao câncer de mama. “Trata-se de um modelo que combina tecnologia, equidade e humanidade, rompendo o ciclo da reação tardia e inaugurando uma era em que a prevenção acontece todos os dias e em todos os lugares”, conclui.

Fonte: Blog do Corretor