A importância do seguro cyber em épocas de alta demanda

Segurança cibernética é essencial para empresas, especialmente em períodos críticos como Black Friday e Natal. Entenda por quê.

Você sabia que a segurança cibernética é uma preocupação crescente para empresas de todos os tamanhos? Em épocas de alta demanda, como Black Friday e Natal, o risco de ataques aumenta exponencialmente. Vamos entender como se proteger!

Segurança Cibernética: Protegendo seu Negócio em Tempos de Alta Demanda

Em um mundo cada vez mais digital, a questão não é se sua empresa será alvo de um ataque cibernético, mas sim quando. E, ironicamente, esses ataques costumam se intensificar justamente nos períodos de maior movimento comercial, como a Black Friday, o Natal e as liquidações de início de ano. Nessas épocas, o volume de tráfego online dispara, as equipes trabalham sob pressão e o risco de incidentes aumenta exponencialmente. Um dado alarmante do CISO Advisor revela que, só em novembro, 899 domínios maliciosos relacionados à Black Friday estavam ativos no Brasil, criando um ambiente propício para golpes, phishing e engenharia social.

A Falsa Sensação de Segurança: Por Que Ninguém Está Imune

Apesar desse cenário de alerta, muitas empresas ainda operam com uma percepção equivocada de segurança. Elas acreditam que, por serem menores, menos digitalizadas ou menos conhecidas, estariam fora do radar dos criminosos. Contudo, a realidade é bem diferente. O crime cibernético funciona como um mercado global, altamente especializado e profissional. Grupos hackers possuem estruturas complexas, com equipes dedicadas e modelos de negócio variados, visando tanto grandes corporações quanto pequenas e médias empresas. Eles atuam em larga escala, explorando principalmente o erro humano, que continua sendo o elo mais fraco na cadeia de segurança.

O Seguro Cyber: Uma Camada Essencial de Proteção

É nesse contexto que o seguro cyber se torna uma ferramenta indispensável. Embora seja um produto relativamente novo no Brasil, sua importância cresce a cada dia, pois ele oferece uma combinação vital de prevenção, resposta e recuperação financeira. Em períodos sazonais, onde cada minuto de inatividade pode custar vendas e prejudicar a reputação, o seguro cyber é ainda mais estratégico. Este mercado movimentou R$ 237,5 milhões no ano passado, conforme relatório da corretora de resseguros Guy Carpenter, e sua expansão é impulsionada por uma verdade inegável: o risco cibernético está entre os cinco maiores riscos globais, segundo o World Economic Forum (WEF).

O Future Risks Report, da AXA, reforça essa percepção, colocando a Cibersegurança como o terceiro maior risco emergente do mundo. Esse levantamento, que coleta a opinião de especialistas e executivos, mostra que o tema transcendeu a esfera técnica e agora influencia diretamente o comportamento de pessoas, empresas e governos.

Na prática, o que leva uma empresa a buscar essa proteção? Frequentemente, é o temor do ransomware – o sequestro digital que paralisa operações e exige um resgate para a devolução de dados ou restauração de sistemas. Para PMEs, que geralmente possuem menor maturidade tecnológica e equipes mais enxutas, um ataque desse tipo pode significar a sobrevivência do negócio. Os criminosos, cientes disso, ajustam o valor do resgate de forma “calculada”, buscando quantias compatíveis com a capacidade de pagamento da vítima. Recentemente, uma empresa pagou R$ 1,5 milhão dias antes da Black Friday deste ano, não pela criticidade dos dados, mas pelo medo da repercussão pública e do impacto nas vendas. Essa situação evidencia que muitas decisões são tomadas sob pressão emocional, e o seguro cyber atua como uma âncora de estabilidade, oferecendo perícia técnica e uma metodologia estruturada para conter os danos.

É crucial lembrar que a maioria dos ataques bem-sucedidos não depende de tecnologia avançada, mas sim do fator humano. O phishing é a principal porta de entrada, especialmente em períodos de alto tráfego. Em empresas de varejo, por exemplo, monitorar sites falsos, orientar consumidores e treinar colaboradores são medidas que reduzem significativamente o risco.

O Relatório do custo das violações de dados de 2024, da IBM, destaca como uma violação pode ter consequências duradouras. O estudo revela que incidentes com credenciais roubadas levam, em média, 292 dias para serem identificados e contidos. Ataques de phishing exigem cerca de 261 dias, e casos de engenharia social, aproximadamente 257 dias. O impacto vai além do tempo: 46% das violações envolvem dados pessoais identificáveis, e 43% atingem propriedade intelectual, afetando diretamente a reputação, a governança e o valor de mercado. A IBM também aponta que fatores como a complexidade dos sistemas, a escassez de profissionais e falhas de terceiros aumentam o custo médio de uma violação, enquanto o treinamento de colaboradores, o uso de IA e o aprendizado de máquina podem reduzir significativamente os danos. Isso reforça que a maturidade operacional e uma cultura de segurança são tão importantes quanto a tecnologia.

A boa notícia é que a indústria de seguros evoluiu. Hoje, existem produtos para grandes riscos e opções simplificadas para pequenas e médias empresas, com taxas acessíveis, contratação ágil e requisitos mínimos que a maioria das empresas já atende, como autenticação multifatorial, backup, firewall e um responsável por tecnologia na equipe. Além disso, as seguradoras estruturaram equipes especializadas, parcerias globais e atendimento 24/7 para apoiar desde a prevenção até a resposta a incidentes.

Conscientização e Treinamento: O Maior Desafio e Oportunidade

O maior desafio e, ao mesmo tempo, a grande oportunidade para o mercado, reside na conscientização. Não basta apenas investir em tecnologia; é fundamental investir em cultura, governança, processos e, acima de tudo, em uma mentalidade de risco contínuo. A digitalização acelerada colocou empresas de todos os portes no mesmo tabuleiro global. Uma PME no interior do país pode ser alvo do mesmo grupo que mira multinacionais. Esse é um ponto que ainda precisa ser compreendido em profundidade.

O seguro cyber não substitui boas práticas nem impede ataques, mas ele potencializa a resiliência, protege a continuidade do negócio e limita os impactos. Em um ambiente onde 100% das empresas são alvos potenciais, a pergunta estratégica é: quanto custa não contratar? A segurança cibernética é um tema de negócios, governança e futuro. Empresas verdadeiramente preparadas não são aquelas que nunca sofrem incidentes, mas sim as que conseguem se reerguer rapidamente, com transparência, método e inteligência. Esse é o novo diferencial competitivo em um mercado cada vez mais exposto, conectado e imprevisível.

Este conteúdo foi elaborado por Ana Carolina Mello, sócia-diretora da Avanza, e Petre Rascov, especialista em Subscrição Cyber na Axa Brasil. A fonte original é relationow.com.

Fonte: Revista Cobertura

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