A Inteligência Artificial está mudando a forma como atuamos no Direito Securitário. Você já parou para pensar como essa tecnologia pode otimizar processos e trazer eficiência?
A Inteligência Artificial Redefine o Cenário do Direito Securitário
A advocacia brasileira está passando por uma transformação digital sem volta. Um estudo do CEPI-FGV revela que impressionantes 92% dos profissionais do direito acreditam que os escritórios precisam se reinventar para acompanhar o ritmo da tecnologia. Essa mudança é ainda mais evidente no Direito Securitário, uma área que lida com um volume imenso de documentos, prazos apertados e uma busca constante por eficiência.
Nesse contexto, plataformas jurídicas como a JusDinâmico estão ganhando destaque. Mas a verdadeira revolução está na forma como os processos complexos, incluindo o ressarcimento de sinistros, são conduzidos. Laura Agrifoglio Vianna e José Pedro, sócios-diretores da Agrifoglio Vianna, explicam como a Inteligência Artificial (IA) está impactando o setor.
Otimização de Tempo e Análise Preditiva com IA
Os executivos da Agrifoglio Vianna afirmam que o avanço tecnológico é inegável. “A Inteligência Artificial está revolucionando o Direito Securitário, atuando principalmente na otimização de tempo e na análise preditiva”, destacam. Tarefas operacionais que antes eram manuais e demoradas agora são automatizadas. A IA consegue, por exemplo, fazer a triagem inicial de documentos, analisar cláusulas contratuais em grande escala e identificar padrões em jurisprudências.
Essa automação libera os advogados para se dedicarem a atividades que realmente exigem sua expertise estratégica, como a elaboração de pareceres complexos e a atuação em audiências. No campo do ressarcimento, que tradicionalmente é visto como um processo lento, a IA também traz ganhos significativos. Ela agiliza a identificação do terceiro envolvido em um acidente, podendo até contatá-lo e explicar o motivo do contato. Essa rapidez melhora a experiência e dá mais fluidez ao processo, permitindo uma análise documental e um resumo dos casos muito mais ágeis, facilitando o mapeamento do sinistro. O próximo passo, segundo eles, é calibrar a IA para auxiliar na realização de acordos extrajudiciais em larga escala.
Sistemas automatizados podem reduzir o tempo de triagem inicial de dias para apenas horas ou minutos. Essa agilidade na análise de processos aumenta as chances de bons acordos ou de judicializações mais bem preparadas, resultando em um aumento na taxa de recuperação de valores.
Desafios e Novas Habilidades para o Advogado Securitário
Implementar soluções inteligentes em um mercado tão regulado como o de seguros não é simples. O principal desafio é a integração de diferentes sistemas, o que pode gerar custos elevados e exigir tempo para que as automações se adaptem completamente. No entanto, os benefícios superam as dificuldades.
Com esse novo cenário, os profissionais especializados em seguros precisam desenvolver novas competências. “O advogado securitário precisará, sim, desenvolver novas habilidades que vão além do conhecimento legal tradicional”, afirmam os executivos. Entre as mais importantes, estão a familiaridade com tecnologias, a capacidade de ler métricas e o domínio de temas como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a ética aplicada à IA. Entender o funcionamento básico das ferramentas de Inteligência Artificial e a análise de dados será indispensável para atuar na área.
A Responsabilidade Humana na Era da IA
Apesar de toda a transformação, a digitalização exige responsabilidade. Laura Agrifoglio Vianna e José Pedro reforçam que a decisão final nunca deve ser delegada integralmente à máquina. “A responsabilidade pela decisão final deve sempre permanecer com um agente humano”, enfatizam. A combinação entre tecnologia, governança e especialização está redefinindo as próximas décadas do Direito Securitário, tornando-o um dos campos mais impactados pela Inteligência Artificial.
Fonte: Revista Cobertura

