Reajuste de Planos de Saúde: O Que Esperar para 2026?
O reajuste dos planos de saúde para 2026 promete trazer mudanças significativas. Neste artigo, vamos explorar o que isso pode significar para os consumidores e para empresas como a Hapvida.
O mercado de planos de saúde está sempre em movimento, e as projeções para 2026 já começam a surgir. Com base nos dados financeiros da Agência Nacional de Saúde (ANS) referentes aos primeiros nove meses de 2025, o Bradesco BBI fez um cálculo importante: a expectativa é de um aumento de 5,2% nos preços dos planos individuais para o próximo ano. Esse percentual é um pouco menor do que o avanço de 6,1% registrado em 2025.
É interessante notar que esse cálculo de 5,2% foi influenciado positivamente em 1,3 ponto percentual pela Hapvida (HAPV3). Isso aconteceu por conta de um aumento considerável no custo por usuário da empresa, que chegou a aproximadamente 39%. Esse salto se deu pela reclassificação de despesas em custos no segundo trimestre de 2025 e pela inclusão inicial dos custos de judicialização no primeiro trimestre de 2025. Para o restante do setor, excluindo a Hapvida, o aumento foi de 6%.
Para a Hapvida, essa projeção de um reajuste menor pode não ser a melhor notícia. Os planos individuais representaram 25% da receita da HAPV3 nos primeiros nove meses de 2025. Se o aumento de 5,2% for confirmado, o Bradesco BBI considera isso “ligeiramente negativo” para a empresa. O motivo é a desaceleração no crescimento da receita vinda dos preços e a pouca margem para diminuir a taxa de juros de referência.
No entanto, há um ponto que pode ajudar a mitigar esse impacto: as novas vendas. A taxa de cancelamento dos planos individuais da Hapvida foi de 25% nos últimos doze meses até junho, o que indica um potencial para compensar a desaceleração com a aquisição de novos clientes.
A metodologia do Bradesco BBI para chegar ao reajuste de 5,2% é bem específica. Ela se baseia em dados de custos médicos por usuário, que cresceram 8,2% em relação ao ano anterior nos primeiros nove meses de 2025. Esse crescimento mostra uma desaceleração quando comparado aos 9,4% de 2024 e aos 10,2% de 2023. Além disso, o fator de ajuste por idade se manteve alto e estável em relação a 2024, principalmente pelo aumento da participação de idosos.
Desde 2019, o aumento de preço é definido por dois critérios principais: 80% da variação média dos custos médicos por usuário dos planos individuais nos dois anos civis anteriores (por exemplo, o aumento de 2024 foi baseado em 2023 e 2022), ajustado por ganhos de eficiência e um fator de envelhecimento; e 20% do IPCA ajustado (excluindo planos médicos) do ano civil anterior.
Não são apenas os planos individuais que devem sentir o impacto. Uma desaceleração nos aumentos de preços também é esperada para os planos corporativos. Isso pode trazer um risco para as taxas de juros de referência em 2026. O custo por usuário dos planos corporativos do setor, nos primeiros nove meses de 2025, cresceu apenas 6% em relação ao ano anterior.
Olhando para empresas específicas, o portfólio do Bradesco teve um aumento de 3%, o da SulAmérica de 2% e o da Porto de 1%. Curiosamente, o da Amil registrou uma queda de 5% no mesmo período.
Os números do terceiro trimestre de 2025 não foram muito animadores para a Hapvida, segundo analistas do JPMorgan. A empresa mostrou sinais de piora em suas operações, com dificuldades em duas frentes: a limitação para reajustar preços na região de São Paulo, através da subsidiária NDI, e um aumento significativo nos sinistros por beneficiário na operação mais antiga. O ambiente competitivo em São Paulo tem dificultado a elevação de preços, afetando a rentabilidade da NDI, enquanto o crescimento dos sinistros eleva os custos operacionais.
Ao contrário da tendência geral do setor, que tem visto uma melhora na lucratividade, a Hapvida enfrenta desafios específicos que a colocam em desvantagem em comparação com concorrentes como Amil e Porto Seguro (PSSA3). Apesar dos desafios operacionais, o JPMorgan ressalta que não há riscos imediatos à liquidez da holding da Hapvida. Contudo, a combinação de sinistros crescentes e restrição de preços deve continuar a dificultar a visibilidade dos resultados no curto prazo e a pressionar as expectativas de lucratividade no longo prazo, já que os ciclos de reajuste levam cerca de 12 meses para se consolidar.
Diante desse cenário, as projeções de lucro para 2026 da Hapvida foram revisadas para baixo em cerca de 40%, tanto pelo JPMorgan quanto pelo consenso da Bloomberg. As ações da Hapvida têm tido um desempenho inferior ao Ibovespa, com uma queda aproximada de 60% no ano. Apenas na sessão após o resultado do 3T, os papéis caíram 42%. A recomendação atual para as ações é neutra, com a empresa sendo negociada a um múltiplo estimado de 6,5 vezes o lucro esperado para 2026 (ou 4 vezes incluindo ágio).
Em resumo, o ano de 2026 promete ser de cautela para o setor de planos de saúde, especialmente para empresas como a Hapvida, que precisam navegar por um cenário de reajustes menores e desafios operacionais persistentes.
Fonte: InfoMoney
O podcast "Sabe que é Seguro" da Sabemi traz insights valiosos sobre o mercado de… Mais informação
Amil One é a vencedora do Prêmio Reclame Aqui 2025, destacando-se na categoria Planos de… Mais informação
Inteligência artificial transforma a experiência de venda de planos de saúde no Brasil, acelerando cotações… Mais informação
Como lidar com clientes difíceis é essencial para garantir uma venda de sucesso ao longo… Mais informação
Seguros imobiliários: descubra o que realmente está coberto e evite surpresas desagradáveis após vendavais e… Mais informação
Hapvida se destaca ao vencer o Prêmio Reclame Aqui 2025, refletindo a satisfação dos beneficiários… Mais informação
Solicite sua cotação online
Esse site utiliza cookies para uma melhor experiência para você.